'Imposto para mochileiros' da Austrália considerado ilegal e discriminatório

Fruit and vegetable picking jobs are often underpaid.

Backpackers often do stints fruit picking in order to qualify to extend their holiday in Australia. Source: AAP

Os turistas que têm o visto Work and Holiday poderão receber reembolso após o "imposto dos mochileiros" ter sido considerado discriminatório e ilegal pelo Tribunal Federal. A decisão poderá obrigar o governo a pagar coletivamente centenas de milhões de dólares a 70 mil portadores dos vistos 417 e 462.


O Tribunal Federal determinou que um imposto controverso sobre os portadores de visto Work and Holiday é ilegal – abrindo caminho para dezenas de milhares de mochileiros serem potencialmente reembolsados ​​centenas de milhões de dólares.

O tribunal decidiu essa semana que o "imposto para mochileiros" não poderia ser cobrado de alguns turistas devido a cláusulas antidiscriminatórias nos tratados fiscais e diplomáticos que a Austrália possui com alguns países.

O juiz John Logan disse que o imposto viola os acordos com a Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha, Noruega, Chile, Japão, Finlândia e Turquia.
Os acordos exigem que a Austrália taxe os turistas mochileiros desses países da mesma maneira que os trabalhadores locais.

O juiz Logan descreveu o imposto para mochileiros como "uma forma disfarçada de discriminação baseada na nacionalidade" ao proferir o julgamento.

O imposto exige que qualquer estrangeiro com visto de categoria 417 ou 462, que receba menos de $18,200, pague 15% de imposto, ao contrário dos australianos que não são tributados por ganhos semelhantes.
Acredita-se que cerca de 70 mil mochileiros agora podem coletivamente receber centenas de milhões de dólares do Australian Tax Office (ATO).

O ATO disse que está considerando uma apelação.

O processo ocorreu depois que uma companhia tributária britânica apresentou uma queixa em nome de Catherine Addy, uma britânica que passou dois anos na Austrália trabalhando no setor de hospitalidade.

O “imposto para mochileiros” foi introduzido em 2016, um ano antes de Addy retornar à Grã-Bretanha.

O juiz disse que neste caso, Catherine Addy, foi "sujeita a uma taxa diferente de imposto de renda ... apenas porque ela era uma 'trabalhadora em férias'", o que representava uma "forma disfarçada de discriminação baseada na nacionalidade".

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