Em Milão, o réquiem a abrir à esperança

The Duomo gothic cathedral in Milan

No concerto no Duomo, em vez dos 2 mil lugares sentados, apenas 700, marcados para pessoas de ofícios que garantiram serviços essenciais no confinamento. Source: Getty

A arte orquestral voltou na Itália como um refúgio para a tristeza e a dor


O reinício vem com esperança, mas não poderia deixar de passar pela homenagem de vidas perdidas. No caso de Itália, mais de 35 mil. Com a música, um refúgio para a tristeza e a dor. 

Entre a dor e a esperança, a arte orquestral e vocal num lugar cada nota produz segundos de reverberação: a suntuosa catedral Il Duomo de Milão, 157 metros de comprimento, 107 de largura, 45 de altura na nave central. O mais célebre teatro lírico de Milão, e provavelmente do mundo, o Teatro Scala escolheu a catedral para o ressurgimento após seis meses de silêncio. No começo, com os cuidados da distância. Em vez dos 2 mil lugares sentados, apenas 700, marcados para pessoas de ofícios que garantiram serviços essenciais no tempo do confinamento. 

A atmosfera de meditação na grande catedral guiada pela missa de Réquiem do agnóstico e anticlerical Giuseppe Verdi. Primeiro, a ressonância da evocação dos dias mais de ira, revolta por tantas vidas que a pandemia fechou em cinzas. 

Os 135 músicos, todos com máscaras com a cor negra do luto. As 90 pessoas do coro, só as tiraram no momento de cantar. Todos à distância de dois metros do mais próximo. Além das lágrimas do réquiem, também a coragem da esperança, ainda que com pontos de interrogação com a voz que já no final faz ressoar o "liberame", como quem está a perguntar, com desespero, ao Deus, "liberta-me, ou não". 


Este réquiem de Verdi marcou neste setembro o ressurgimento da arte, do espetáculo dos músicos do clássico Scala. Hoje, já dentro do teatro, logo à noite, a confiança na espécie humana com a Nova de Beethoven, Traviata de Verdi em forma de concerto, com os cuidados, mas com grande vontade de ressurgimento. 

Em Barcelona, também se prepara: o Teatro do Liceu leva o réquiem de Mozart à Basílica de Montserrat. Em Nova York, a pressão dos contágios ainda fecha salas. Os músicos da Filarmônica de Nova York, como não podem receber público no anfiteatro habitual, trataram de ir ao encontro do público. A Filarmônica contratou carrinhas picape, caixa aberta, e está a oferecer concertos em parques da cidade já por oito semanas. A vontade maior, a esperançam é que se possa recomeçar, obviamente com todas as prudências, e mesmo assim com incertezas. 

Em Segóvia, nas Astúrias, está a começar a edição deste ano do festival Hay, uma centena de eventos em quatro dias em reflexão a celebrar a vida e a cultura. O tema comum este ano é a incerteza no mundo que aí está. Fixemos aí no que fica para depois de tudo, o que temos para construir. 

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